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Original Gueto “Se liga véi, a casa vai cair”
André Brito 
 
Cidade Ocidental, com sua cultura diversificada, também foi berço do Hip-Hop na região do DF e Entorno. Leia a resenha do primeiro CD gravado na cidade e à venda até hoje em lojas
virtuais pelo Brasil. 

Em 1997 foi lançado o CD do grupo Original, chamado "Sacudindo o Gueto". Confira a matéria publicada pelo Jornal Ocidental em maio de 2010.

Tido como os primeiros a gravar um disco em Cidade Ocidental, o grupo Original Gueto, que tinha em sua formação os rappers Cláudio Chandelle, DJ Junio, Kall, Márcia e Ordep, lançou seu registro fonográfico “Sacudindo o Gueto” em 1997.

Com letras fortes, de temática urbana, trazia em seu conteúdo, desabafos típicos da Geração Rap de Brasília, claramente influenciada pelos rappers americanos da Costa Oeste dos Steites. Snoop Dogg, Dr Dre e Eazy E, apenas para ficar entre os mais famosos, ditavam as tendências líricas no resto do mundão negro e periférico dos subúrbios.

Após quase uma década dançando Break, membros do grupo Grand Masters Dance resolvem escrever letras e cantar Rap. O resultado foram dois discos. Embora poucos em Cidade Ocidental dessem o devido crédito a esse fato inédito, o OG tinha bastante repercussão nas rádios e shows do DF, chegando a cantar para quase 5 mil pessoas em evento de natal na Rodoviária do Plano Piloto, patrocinado pela extinta Redley Records.

O CD tem participações interessantes de músicos da Cidade. Cláudio Batata, do extinto grupo Afro Negro Abadá, participa dos vocais na música “Chama de Uma Vela” e “Oração”, última faixa do disco, que teve 5 mil cópias comercializadas, segundo Chandelle.

Dona Viola” é de longe uma das melhores músicas, pois faz analogia entre o mundo real e o fictício, onde transforma a “Violência” em uma pessoa de carne e osso, “Dona Viola”, criando um eufemismo inédito e jamais explorado novamente no Rap Nacional.

Outra grande música é a terceira faixa “Véi”. Batidas sincopadas, emprestadas de “Friends” do grupo Whodini, coro de várias pessoas no refrão, esse som imortalizou a gíria tipicamente brasiliense “véi” (ou “velho”), usada para designar os “manos”.
Mas o que marca realmente é a produção do DJ Raffa, utilizando os recursos tecnológicos da época, à disposição dos Rappers de Brasília, em um período bem mais criativo para o Rap do que hoje.
Está previsto para esse ano, um coletânea com os clássicos do Rap de Brasília, que incluirão novas versões de “Véi” e “Dona Viola” pela Marolla Discos, gravadora do DF que conta com vários Rappers em seu cast. 

Confira abaixo as músicas do CD na íntegra. É só clicar e baixar.
Quem quiser adquirir o CD, entre em contato conosco, é só comentar.

Sacudindo o Gueto

1 - A Chama de Uma Vela
2 - Nada a Perder
3 - Véi
4 - O Julgamento
5 - A Firma
6 - Dona Viola
7 - Terra Sem Lei
8 - Valor de um Sentimento
9 - Na Carta Dizia
10 - A Pedra Preta
11 - A Firma (Verso Original) Part. Kabala
12 - O Desafio

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Original Gueto - Segundo CD
André Brito

Em seu segundo e último CD, o grupo Original Gueto traz novas abordagens para um tema recorrente dos grupos de Rap brasileiros: “periferia é periferia em qualquer lugar” como diria o poeta do Rap Nacional GOG.
Cidade Ocidental também estaria na rota do Rap, segundo Cláudio Chandelle. Mas de uma maneira diferente, onde outras influências mostrariam a sua cara.
Em músicas como “Tribunal de Rua”, uma homenagem a Marcelo Yuka, ex-Rappa, percebe-se nitidamente elementos do Rock protesto do grupo carioca, “Som que Vem da Rua” é uma ode ao Hip-Hop, como não poderia deixar de constar nesse segundo registro fonográfico, onde Breakers, Rappers e DJs se encontram em meio a letra com rimas bem calculadas.
Claudio Chandelle, que nesse CD não conta mais com as presenças vocais de Pedro (Ordep) e Márcia, faz às vezes de Backing Vocals, extrapolando seu papel de MC, líder e condutor do grupo, tentando cobrir o vácuo deixado nas faixas, mas trazendo o grupo para mais perto do seu público, Cidade Ocidental.
Com a produção do DJ Chocolaty, as músicas ganharam batidas mais experimentais, como por exemplo, na nova versão da música “Dona Viola”, presente no primeiro disco, onde os beats reverberam mais, assim como o vocal de Ana Paula, dando a entender que a música estivesse sendo executada em plena rua.
Por vezes, o grupo parece ter finalmente encontrado uma identidade própria, usando batidas diferenciadas, privilegiando as levadas dos dois rappers. Entretanto alguns teclados remetem firmemente à “G Funk Era”, quando ícones como Dr. Dre, DJ Quik e Warren G elevaram à categoria de música, riffs soltos utilizados em larga escala por rappers da “West Coast”, e apropriados pelos rappers da Capital Federal.
Ouça agora:
  1. Intro
  2. Som que Vem da Rua
  3. Lua Nova
  4. Tribunal de Rua (Tributo ao Rappa)
  5. Manifesto a Guerra (Por Felipe Chiavegatto)
  6. Dona Viola
  7. Espelho Sem Rosto
  8. Luz do Amanhã
  9. Garoto Suburbano
  10. O Homem da Periferia
  11. Você é o que Tem
  12. Lua Nova
  13. Os Loucos
  14. Defensor do Favelado (DO BEM)
  15. Pai Nosso